unknowngirl77 escreveu:Estou a trabalho em Vitoria, ES, principalmente.
Mas hoje, fui pra Vila Velha, e tive um pouco de tempo agora a tardezinha pra dar uma olhada pela cidade e passei por uma praça muito conhecida daqui.
E lá estavam elas, expondo publicaçoes, novas e antigas, e proseando.
Meu pai costumava falar que Testemunha de Jeova é que nem pardal:tem em tudo quanto é lugar e nao serve pra nada. Eu ficava brava ao ponto de querer discutir com ele, mas me continha, pois fui ensinada que "pela conduta" eu o ganharia. E ganhei. Mas hoje medito profundamente no por que nao discuti.
Entretanto, todavia, porém, no entanto, ademais, é sobre esses "stands" que quero falar.
Fui pioneira por 3 anos. E participei do stand durante 3 anos. Existem requisitos e regras pra participar. Somente pioneiros REGULARES podiam, tinham que se revezar em turnos e cada pioneiro so poderia ficar uma vez por semana e sempre um mais experiente que o outro. O stand so poderia funcionar em horario comercial (da cidade, das 8 as 17 hs) e uma dupla deveria ficar no turno da manha (8 as 13 hs) e a outra dupla no turno da tarde (13 as 17 hs). Recomendaçoes escritas em carta pelo SC: NAO É PERMITIDO A ABORDAGEM DIRETA. Isso mesmo! Tinhamos que ficar sentadas, com nossos traseiros colados no banco, cadeira, o que fosse, e ESPERAR que alguem se aproximasse das revistas, isso quando se aproximavam (era raro). Tinhamos autorizaçao da prefeitura (alvará) para funcionar. NAO É PERMITIDO FALAR SOBRE DONATIVOS. So se a pessoa se manifestasse a respeito. Nao podiamos deixar o(a) companheiro(a) sozinho(a) para sair e resolver problemas pessoais. Somente podiamos caso fossemos usar o banheiro ou comprar algo pra comer.
Hoje, observando esse "stand", observei tambem os vendedores ambulantes em volta e, nao vi diferença. Ouvi uma frase uma vez que hoje faz muito sentido: "QUEM VE DE FORA, VE MELHOR!
Sem contar que, tais regras e requisitos nunca, NUNCA, vi sendo cumpridos. Sempre arranjavam uma pioneira auxiliar pra ficar comigo. Ate minha mae, que na epoca era recem batizada, ja ficou no stand! O negocio era pouco monitorado mecanicamente, e pouco auxiliado tambem. Mais vigiavam nossa conduta do que o proprio stand. Gosto muito de ler, e sempre levei livros "seculares", como dizem, para ajudar a passar o tempo e por isso, ameaçaram me tirar do turno que eu cumpria. Os argumentos? "Se voce nao le as publicaçoes aqui, que dirá quem vem!" Ja vi o stand fechado em pleno meio dia, ja vi pioneiros sozinhos e eu mesma ja fiquei sozinha. ja vi gente fazendo abordagem direta e ja vi irmaos discutindo sobre donativos. O stand frequentemente funcionava com a data de autorizaçao vencida!
Se é uma obra que é dirigida por Jesus, nao deveria ter o minimo de ordem?
Jesus ficava em stands na epoca dele? Pelo menos o apostolo Paulo ficava?
O stand era uma forma otima de nao fazer nada e faturar 4 hs semanais sem esforço. Irmaos brigavam por uma vaga, para nao fazerem NADA! Tinha semana que eu chegava a fazer 12 hs so no stand! O Organizados, pagina 113 é claro em dizer que os pioneiros tem de trabalhar em estrita cooperaçao com a congregaçao, e que pioneiros zelosos sao uma bençao para a congregaçao. Eu digo como uma ex pioneira indignada: GRANDES MERDAS. Essa instituiçao/empresa deveria se chamar DESorganizaçao das Testemunhas de Jeova.
Alguem ja viu esses stands? O que viram?
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Que relato extraordinário! Gostei muito do texto.
Eu não tinha nenhuma ideia do que poderia estar envolvido na montagem e funcionamento desses stands.
Sempre tive a ideia fixa de que as TJ representam uma empresa multinacional americana. Apesar de a maioria de meus familiares serem TJ sempre me esquivei desse compromisso e depois desse fórum é que vejo com mais clareza que essa organização é realmente uma empresa bem gerenciada, mas não tem nada de religiosa, apenas o nome. Nunca senti um pingo de emoção naquelas reuniões que frequentei. Falo de emoção espiritual, aquele sentimento bom de que naquele local emanava vibrações de um tipo de energia divina.
Ou seja, se falava no Espirito Santo, em Jeová e um pouco de Jesus, mas o destaque maior era o Escravo Fiel e Discreto, o Corpo Governante, que nunca me empolgou, muito pelo contrário, achava essa denominação estranha e sentia um pouco de repulsa.
Meu estado de espírito ali dentro, do salão do reino, me fazia crer que ali não tinha nada de sagrado.
Depois de conhecer os ex-tj com seus depoimentos aqui no fórum, descobri porque eu me sentia assim. Eu estava sendo enganado e pressentia isso inconscientemente.
Hoje vejo isso com muita clareza e esse sentimento é mais solidificado quando leio um relato desse tipo.
Parabéns unknowngirl77!